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A memória na literatura negra contemporânea

  A memória na literatura negra contemporânea A seguir, você lerá um trecho do conto “Os pés do dançarino”, escrito por Conceição Evaristo e publicado no livro Histórias de leves enganos e parecenças, de 2016. A obra reúne doze contos e uma novela que exploram acontecimentos incomuns. Os pés do dançarino Davenir era o que melhor possuía a arte dos pés na pequena cidade onde tinha nascido, em Dançolândia. O dom de bem dançar era uma característica comum de todos que ali tivessem nascido, ou que porventura tivessem escolhido viver na cidade. Dizendo melhor sobre Davenir, é preciso afirmar que no moço não era só a competência nos pés que fazia dele, quem ele era, mas o corpo todo. Tudo nele era habilidade para a dança. O corpo e todas as minúcias. O olho, a boca, o cabelo lindamente crespo em desalinho. A dança estava tão entranhada no corpo de Davenir, que alguns diziam que nem com amores Davenir se preocupava. Na dança, o gozo, o prazer maior. Aos sete anos, tendo observado aula...

Passeio noturno

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Seminários 3° ano

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  A ficcionalização da realidade em A confissão da leoa A seguir, você irá ler um trecho do romance A confissão da leoa (2016), do autor moçambicano Mia Couto (1955-), baseado em uma história real, assim como O som do rugido da onça. Para escrever essa obra, Mia Couto ficcionalizou ataques de leões a pessoas que começaram a ocorrer ao norte de Moçambique. Caçadores foram recrutados para a proteção das aldeias, mas, aos poucos, perceberam que, do ponto de vista dos habitantes das aldeias, os ataques tinham origem sobrenatural. O romance apresenta dois narradores personagens: o caçador Arcanjo Baleiro, recrutado para a aldeia de Kulumani com o objetivo de liquidar os leões, e Mariamar, habitante local que, por causa dos ataques dos leões, é proibida de sair de casa. Cada um por meio da sua voz narrativa observa e descreve os acontecimentos. No trecho que você irá ler a seguir, a voz narrativa é de Mariamar. A confissão da leoa Quanto mais vazia a vida, mais ela é habitada po...

O som do rugido da onça

O som do rugido da onça 1. II. Esta é a história da morte de Iñe-e. E também a história de como ela perdeu o seu nome e a sua casa. E ainda a história de como permanece em vigilância. De como foi levada mar afora para uma terra de inimigos. E de como, por artes deles, perdeu e também recuperou a sua voz. Preste atenção, essa voz que eu apresento agora não é a mesma voz que ecoava pela mata chamando pelos seus irmãos mais velhos enquanto colhia frutas para levar para a maloca. E muito menos é a voz que foi silenciada por baixo das tempestades e dos gritos do capitão, a voz abafada por vergonha das imprecações incompreensíveis dos cientistas e, depois, contida pelos risos nervosos dos cortesãos e pela impaciência rude das Fraülein. Tampouco é a voz que ignorou o que diziam sobre ela os jornais e as revistas da época, as cartas escritas em letras flexíveis como o broto do cipó. Essa voz que você ocasionalmente escutará em sua cabeça e que se confundirá com a sua própria voz, ...

Caderno enem 2024

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Figuras de Linguagem

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